28 de janeiro de 2024

1989 (Taylor's Version) (Taylor Swift, 2023) | TayloReview #03

Entre os acontecimentos da última semana que mais me marcaram de alguma forma está o fato de que finalmente me entreguei ao 1989 (Taylor's Version). Acho que a minha vida estava tão caótica e desconectada que não estava conseguindo dar atenção às coisas que normalmente me deixam feliz. Mas, assim, sem muita explicação, lá estava eu apertando o play no Spotify e me permitindo contagiar pela obra-prima pop da Taylor Swift. 

Porque é isso, nenhum álbum pop dela vai superar o 1989. Nem mesmo a regravação. Ainda assim, há algo de especial em ouvir a Taylor Swift revivendo as músicas tantos anos depois. Aliás, praticamente uma década depois.

A voz dela está mais potente e a produção, de forma geral, está mais avançada com  novas tecnologias; e isso é bom, porém a emoção e atmosfera geral são outras. Tantos anos já se passaram que é como se a Taylor já não se lembrasse de como se sentiu quando escreveu as músicas do 1989. E acho que isso é bem normal, até porque ela viveu novas experiências e outros amores depois disso. Sem contar todas as conquistas profissionais que vieram após o álbum.

Em 2014, a Taylor queria se reinventar para se manter relevante na indústria, se desafiar e provar que ainda merecia ocupar seu espaço. O resultado é um trabalho que capturou todo esse anseio, assim como toda a loucura e intensidade que é ter vinte e poucos anos e ser enxergado como um adulto, mas sem se sentir como um. No fundo, a década dos vinte é como uma adolescência tardia para os millennials.

Toda essa atmosfera se perde na regravação, já que hoje a Taylor é uma mulher com uma carreira bem consolidada e com méritos profissionais reconhecidos e premiados. Toda a insegurança da jovem de 24 anos já não existe mais. É bem provável que a Taylor ainda tenha algumas incertezas, mas ela sabe quem ela é, o que quer fazer, para onde quer ir e o que esperar profissionalmente. Ela não precisa se provar mais. E acho que é justamente essa confiança que tira um pouco do brilho da regravação do 1989.

Ainda assim, gostei de finalmente ter conseguido ouvir o álbum e apreciar o projeto pelo que ele é. Como muitos, também considero algumas das escolhas de produção questionáveis e responsáveis por prejudicar algumas faixas; mas não quaisquer faixas e sim algumas das melhores do 1989 e da carreira da Taylor. Particularmente, músicas que eram minhas favoritas do álbum.

Lembro que em 2016, quando me tornei swiftie, nem pensava duas vezes antes fazer o meu top 3 do álbum: New Romantics, Out of The Woods e Style. Dessas, apenas uma ficou boa  - aliás, melhor que a original - na regravação: Out of The Woods. Style ficou esquisita e New Romantics parece uma demo.

Sobre as faixas From The Vault, dá para dizer com 100% de certeza que é a melhor seleção até o momento (tenho altas expectativas pelo que virá com a regravação do reputation). Todas as músicas são ótimas e a minha favorita é Say Don't Go, mas Suburban Legends tem um charme que pode torná-la uma favorita.