28 de março de 2022

journaling - morning pages

Estamos caminhando para o fim do primeiro trimestre do ano e eu não faço ideia do que ele representou para mim. Foram meses muito estranhos. Há uma certa retomada de normalidade, ainda que não esteja tudo normal. Mas é aquilo: life goes on...

Então a gente busca se ajustar e tenta seguir na medida do possível. Para mim, acho que o mais importante desses primeiros meses foi poder voltar a enxergar a possibilidade de fazer planos e, com isso, conseguir visualizar um futuro diferente do presente. É um futuro meio incerto, mas não foi assim sempre?

Ontem resolvi voltar para o Twitter. Retomei o meu antigo username. À princípio, é só para eu ter um lugar para compartilhar links de coisas que gosto ou postei na internet. Não acho que saiba mais usar a rede como antigamente e nem sei se quero saber. Na verdade, sei sim! Não quero! Hoje a minha saúde mental é algo que eu valorizo muito mais e me afastar ao máximo da toxicidade daquele espaço e sua bolha é algo que importa para mim. É necessário silenciar os ruídos para que se possa ouvir a própria voz.

Então é isso; o Twitter é só para eu ter um espaço de compartilhamento. Ainda não faço ideia de como farei a minha voz ter algum alcance por lá. Pensando bem, também não sei dizer se quero um alcance. Só quero um espaço para falar quando sentir vontade. E, quem sabe, conversar com pessoas que pensem igual. Pode ser que eu use mais do que eventuais compartilhamentos de links. Mas, sinceramente, não sei como será. É uma experiência. Se for ruim, posso sempre excluir novamente.

Começo a perceber enquanto escrevo essas palavras que voltar ao site com um perfil pessoal é quase como meu jeito de dizer que estou pronta para voltar à vida depois da pandemia. Depois dos meus anos perdidos. Ontem li um texto ótimo da Maki no blog Desancorando em que ela fala justamente dos Anos Perdidos e como praticamente todo mundo passa por essa fase na vida. E isso não quer dizer que você precise ser definido por eles; são só um capítulo em uma história bem maior e complexa.

Eu ainda não sei o que os meus anos perdidos representaram e nem quais lições eles me ensinaram, mas estou pronta para deixá-los e seguir em frente. Hoje começo a valorizar a paciência e tenho aprendido a exercê-la. Uma hora tudo vai se encaixar e eu vou entender o que agora ainda está confuso, vou processar as lições que já assimilei de forma inconsciente e vou passar por aquele momento em que tudo faz sentido e balanço a cabeça sorrindo para mim e digo "ah, então era isso que o universo estava querendo me ensinar!". Esse momento vai chegar e eu estou pronta para ele. Mal posso esperar!