Até hoje não sei dizer o que penso deste álbum, além do fato de que gosto dele. Achei incrível que, perto de seu aniversário, Taylor Swift tenha aparecido com (mais) uma surpresa para os fãs; um belo presente de natal! Como swiftie, não tenho do que reclamar, pois ainda não encontrei outro artista que goste tanto de mimar os fãs como ela. De fato, Taylor tem nos presenteado com belas canções que se tornaram trilha sonora de nossas vidas há anos e em 2020 ela se superou com dois álbuns experimentando um som bem diferente de seus trabalhos anteriores. Acho que agora o céu é o limite para ela, já que consigo imaginá-la mergulhando em qualquer estilo daqui pra frente.
Sobre o evermore, a própria Taylor explica que enxerga as faixas como irmãs das que estão no folklore; são parecidas, mas não são iguais; e depois de um tempo ouvindo com atenção, é possível entender o que ela quis dizer. Os projetos foram feitos pelo mesmo time e a partir do mesmo tipo de processo criativo, mas a atmosfera é sim diferente. Em evermore, assim como em Lover, consegui ouvir todas as Taylors combinadas em uma só e achei isso incrível demais!
O que mais me encantou ao ouvir o álbum foi perceber pela sonoridade das músicas que, enquanto ela trabalhava no evermore, Taylor também trabalhava na regravação do Fearless. No meio das músicas melancólicas e oníricas que parecem ter nascido em uma cabana no meio do mato é possível ouvir os ecos da voz da adolescente cheia de vida que começou a realizar o seu sonho em Nashville como uma das artistas mais promissoras do country enquanto navegava pelas angústias e alegrias da adolescência.
Acho que, justamente por ter sido criado após o lançamento do folklore e junto com o Fearless (Taylor's Version), evermore veio liberto do peso angustiante e sofrido de seu antecessor e já de braços abertos para toda a magia ingênua e doce da Taylor de 18 anos. No fim, encontramos uma mistura de melancolia e nostalgia permeada por romances trágicos, aprendizados, despedidas e até assassinato! Há algo de sombrio em evermore, até mais que em folklore, mas também tem leveza e sentimentos bonitos, como a saudade de quem já se foi e também o sentimento que a Taylor sabe abordar como ninguém: o amor. Aqui tem amor não correspondido, amor proibido, amor por quem está do seu lado, amor por quem não está mais entre nós e também o amor próprio.
Assim como em folklore, aqui a Taylor também deixa a sua imaginação divagar, criando histórias e escrevendo sobre vidas que não são suas. Porém, em evermore ela também retorna à narrativa de sua vida e é claro o momento em que ela está falando de si, de suas vivências e seus sentimentos. Se os álbuns de 2020 tivessem sido um surto, ela já teria tudo sob controle para retornar ao Lover. Mas como ela é louca e pensa tudo com muita antecedência, ela também linkou o trabalho com Fearless, de forma que folklore e evermore ficam como um universo paralelo no Taylorverse, uma pausa para escapar da realidade e mergulhar em outras histórias. São álbuns que eu gosto de enxergar como coletâneas de contos que a Taylor escreveu quando estava com bloqueio criativo ao escrever seu romance principal.
E, com isso, não quero dizer que os álbuns sejam obras inferiores; acho até que serão os trabalhos pelos quais ela será mais lembrada no futuro. E, talvez, aqui esteja o meu único lamento quando penso no evermore: já que ele parece ter ficado à sombra dos trabalhos que vieram antes e depois, pode acabar meio esquecido. Uma pena, pois é um álbum lindo.
🍁Faixas preferidas: willow, ivy, it's time to go, no body, no crime, long story short, marjorie.
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Post originalmente escrito em setembro de 2021.