20 de novembro de 2022

Midnights (Taylor Swift, 2022) | TayloReview #02

Faz um mês que a Taylor Swift lançou o seu décimo álbum de estúdio, Midnights, e faz também um mês que o álbum não sai do repeat; não sei mais como era não ter essas músicas na trilha sonora da minha vida e como parte da minha playlist de músicas favoritas da Taylor. 


Ainda não sei se o álbum será o meu favorito da faceta pop dela, mas tem grandes chances de ficar em um Top 2. Acho que o que eu mais gostei em Midnights foi a forma que a Taylor encontrou para amarrar toda a sua narrativa até o momento. Adorei o conceito noites de insônia e a ideia de revisitar esses momentos com um olhar atual e mais maduro. O jeito que ela vai nos conduzindo por meio da narrativa é, mais uma vez, mágico; a gente consegue visualizar as cenas e sentir suas emoções. Analisando o álbum dentro da discografia, parece uma progressão natural do que ela já vinha fazendo, mesmo que a gente demore um pouco para perceber.

Praticamente todo Swiftie vai dizer que Midnights é o filho do 1989 com o reputation, e eu concordo. Mas acho que não dá para ignorar a influência de folklorevermore, principalmente na forma como ela construiu suas letras, sem contar as temáticas que se repetem em algumas músicas. A libertação criativa que a Taylor se permitiu em 2020 fez muito bem para ela e para sua obra. Ah, sim, e como a própria Taylor deixa claro no álbum, ela é uma mastermind e, justamente por isso, não dá para ignorar o enorme buzz que ela já está gerando para as próximas regravações ao falar de alguns de seus romances e frustrações passados. Acho que ela vai usar tudo aquilo que usaram contra ela para diminuir o seu trabalho como munição para alavancar as próximas Taylor's Version e, sinceramente, acho que ela vai conseguir.

Pontos altos: Would've, Could've, Should've; a clara influência de Michael Jackson em Lavender Haze; as músicas sobre Haylor; a vulnerabilidade de Anti - Hero.

Pontos baixos: colocar a Lana Del Rey (!!!!) para fazer backing vocal e ter a audácia de chamar isso de feat. Taylor, eu te amo, mas isso não dá pra defender.

Faixas favoritas: Would've, Could've, Should've, Maroon, The Great War, Midnight Rain, Lavender Haze. 

10 de setembro de 2022

evermore (Taylor Swift, 2020) | TayloReview #01


Até hoje não sei dizer o que penso deste álbum, além do fato de que gosto dele. Achei incrível que, perto de seu aniversário, Taylor Swift tenha aparecido com (mais) uma surpresa para os fãs; um belo presente de natal! Como swiftie, não tenho do que reclamar, pois ainda não encontrei outro artista que goste tanto de mimar os fãs como ela. De fato, Taylor tem nos presenteado com belas canções que se tornaram trilha sonora de nossas vidas há anos e em 2020 ela se superou com dois álbuns experimentando um som bem diferente de seus trabalhos anteriores. Acho que agora o céu é o limite para ela, já que consigo imaginá-la mergulhando em qualquer estilo daqui pra frente.

Sobre o evermore, a própria Taylor explica que enxerga as faixas como irmãs das que estão no folklore; são parecidas, mas não são iguais; e depois de um tempo ouvindo com atenção, é possível entender o que ela quis dizer. Os projetos foram feitos pelo mesmo time e a partir do mesmo tipo de processo criativo, mas a atmosfera é sim diferente. Em evermore, assim como em Lover, consegui ouvir todas as Taylors combinadas em uma só e achei isso incrível demais!

O que mais me encantou ao ouvir o álbum foi perceber pela sonoridade das músicas que, enquanto ela trabalhava no evermore, Taylor também trabalhava na regravação do Fearless. No meio das músicas melancólicas e oníricas que parecem ter nascido em uma cabana no meio do mato é possível ouvir os ecos da voz da adolescente cheia de vida que começou a realizar o seu sonho em Nashville como uma das artistas mais promissoras do country enquanto navegava pelas angústias e alegrias da adolescência.

Acho que, justamente por ter sido criado após o lançamento do folklore e junto com o Fearless (Taylor's Version), evermore veio liberto do peso angustiante e sofrido de seu antecessor e já de braços abertos para toda a magia ingênua e doce da Taylor de 18 anos. No fim, encontramos uma mistura de melancolia e nostalgia permeada por romances trágicos, aprendizados, despedidas e até assassinato! Há algo de sombrio em evermore, até mais que em folklore, mas também tem leveza e sentimentos bonitos, como a saudade de quem já se foi e também o sentimento que a Taylor sabe abordar como ninguém: o amor. Aqui tem amor não correspondido, amor proibido, amor por quem está do seu lado, amor por quem não está mais entre nós e também o amor próprio.

Assim como em folklore, aqui a Taylor também deixa a sua imaginação divagar, criando histórias e escrevendo sobre vidas que não são suas. Porém, em evermore ela também retorna à narrativa de sua vida e é claro o momento em que ela está falando de si, de suas vivências e seus sentimentos. Se os álbuns de 2020 tivessem sido um surto, ela já teria tudo sob controle para retornar ao Lover. Mas como ela é louca e pensa tudo com muita antecedência, ela também linkou o trabalho com Fearless, de forma que folklore e evermore ficam como um universo paralelo no Taylorverse, uma pausa para escapar da realidade e mergulhar em outras histórias. São álbuns que eu gosto de enxergar como coletâneas de contos que a Taylor escreveu quando estava com bloqueio criativo ao escrever seu romance principal.

E, com isso, não quero dizer que os álbuns sejam obras inferiores; acho até que serão os trabalhos pelos quais ela será mais lembrada no futuro. E, talvez, aqui esteja o meu único lamento quando penso no evermore: já que ele parece ter ficado à sombra dos trabalhos que vieram antes e depois, pode acabar meio esquecido. Uma pena, pois é um álbum lindo.

🍁Faixas preferidas: willow, ivy, it's time to go, no body, no crime, long story short, marjorie.

...


Post originalmente escrito em setembro de 2021.

17 de agosto de 2022

The road so far #01 • 17/08/2022

Hoje senti vontade de escrever no blog. Na verdade, já se passaram algumas semanas desde que a vontade surgiu, mas só agora consegui colocar a vontade em prática. Já estamos na metade do segundo mês do terceiro trimestre do ano e eu sinto que vivi tanto e ao mesmo tempo tão pouco desde a última vez que escrevi, que nem sei direito por onde começar. Acho que essa sensação de viver muito e pouco de forma simultânea é um resultado direto de o mundo ter "voltado ao normal" em 2022. Pelo menos para mim, esses últimos meses têm sido sobre me colocar de novo em movimento depois de viver em pausa. Acho que, em partes, tem sido assim para todos nós. E enquanto sigo meus caminhos, acabo me distraindo com outros interesses e me esqueço de voltar à internet. E tudo bem.

Mas hoje senti vontade de aparecer no blog e fazer jus à minha bio falando das coisas que eu gosto.

Webtoon - esse app é a única razão para eu ainda não precisar devolver a minha carteirinha de leitora. Desde maio, terminei a segunda temporada de Thrid Shift Society; adorei, mas provavelmente terei que reler quando a série retomar pois minha memória tá fraca. Terminei a primeira temporada de Rooftops & Roomates; também adorei, minha única crítica é para os capítulos curtos, mas como as atualizações aconteceram duas vezes por semana, nem sei se é uma crítica valida. Era só deixar para ler os dois episódios no domingo. Atualmente estou enrolando para concluir Mystical, porque sou apegada e amo demais a história, a arte e os personagens e não sei se estou pronta para dizer adeus. Essa Webtoon foi a primeira que comecei a ler, em 2020, e nem lembro mais de como era a minha vida sem acompanhar Garam e Myst. Comecei a ler When Jesy Whistles, que estou gostando, mas ainda estou no começo. A arte é linda, adoro o desenho (?) da protagonista e resolvi transformar em avatar no Twitter. Por fim, li uns episódios de True Beauty, que tinha pausado no fim do ano passado e não retomei por pura falta de disciplina.

Outras leituras - faz quase um mês que comecei a ler Violeta, de Isabel Allende. Nunca havia lido nada da autora e estou gostando desse primeiro contato. É um livro de ritmo mais lento, com uma protagonista já idosa contando a história de sua vida. Gosto desse tipo de livro. Antes desse, conclui a minha releitura de A História Sem Fim, que segue como um dos meus livros favoritos! Adoro tudo nesse livro, tudo mesmo! Também estou lendo Tales From The Shadowhunter Academy, porque a Cassandra Clare tem uns mil livros e eles não irão se ler sozinhos. Estou gostando, mas como esse ano não estou muito dedicada aos audiobooks, o livro ficou parado por meses. Resolvi continuar em eBook no Storytel e agora acho que vai. O que mais me surpreende nesse volume é que o protagonismo é do Simon, personagem que eu achava bem chato no começo da história, mas que ao longo de Os Instrumentos Mortais ganhou minha total admiração. Também sigo na leitura do mangá BECK: Mongolian Chop Squad, a melhor descoberta que fiz nos últimos tempos. Também fico enrolando para economizar, mesmo que a série tenha 34 volumes!

Filmes & Séries - me transformei no meu maior medo quando era adolescente: a pessoa que não faz a menor ideia de qual é o filme do momento, aquele imperdível e do qual todo mundo está falando. A última vez que participei do hype foi em dezembro de 2019 com o último Star Wars! Por favor, me ajudem, aceito recomendações de filmes que não sejam de super-herói. Há duas semanas, mais ou menos, finamente assisti ao primeiro filme de Downton Abbey e foi tudo o que eu esperava, amei cada instante e decidi que em algum momento preciso rever a série. Aí, descobri que saiu outro filme esse ano e quero muito assistir, mas não tenho mais paciência de ir atrás então vou só esperar que chegue em algum streaming. Desde maio, concluí o k-drama Vincenzo e gostei bastante! Acho que até agora não me decepcionei com nenhuma série coreana - mas eu só assisti três até o momento. Quero começar outro, mas ainda não escolhi; provavelmente será Hotel Del Luna. Assisti também a temporada mais recente de Stranger Things e ouvi dizer que opiniões ficaram divididas, mas não entendi o motivo. Adorei a temporada e preferi evitar a fadiga de tentar entender as reclamações. Recomendo. 

Música - esse ano virei a pessoa que ouve praticamente todos os dias a mesma playlist que vai sendo alimentada quase diariamente com músicas escolhidas de forma aleatória. Recentemente, parei de ignorar as recomendações do algoritmo do Instagram, então qualquer música que prenda o meu interesse com um trechinho de 15 segundos nos stories ganha a oportunidade de ir para a minha playlist. Junto com elas tem uma mistura de coisas mais recentes e também algumas mais nostálgicas, da época que eu estava no colégio ou que remetam ao período. Eu tô amando esse revival do pop punk/emocore. Na playlist tem vários atos de k-pop e, claro, algumas da Taylor. Segue uma listinha das minhas favoritas dos últimos tempos: 

  1. Supermodel (Måneskin) - adoro a voz do Damiano!
  2. All Too Well (Ten Minute Version) (The Short Film) (Taylor Swift) - nunca vou cansar da melhor música da Taylor, ela pode lançar quantas versões ela quiser e eu irei ouvir todas exaustivamente.
  3. Still Life (Bigbang) - o comeback que eu mais aguardei desde que comecei a navegar as águas do k-pop, o grupo que mais me fascinou liderado pelo meu idol favorito. Os reis do k-pop. Não sabia o que esperar e depois que ouvi percebi que não teria a menor chance de me decepcionar. Essa música soa atual e clássica ao mesmo tempo. É triste e é linda. G-Dragon, T.O.P., Taeyang e Daesung: eu amo vocês e não sei se essa é uma despedida, mas se for, obrigada e contem comigo para apoiar projetos futuros. 
  4. Thursday's Child Has Far To Go (Tomorrow x Together) - esse grupo não erra e essa música é a mais pura perfeição. Amei desde que ouvi pela primeira vez e sigo amando. 
  5. Fantasy (Thrillchaser) - recomendação do algoritmo, amei e ouvi todas as músicas da banda. Essa é uma das que mais ouço quando estou caminhando. 
  6. TOP "Tower of God" OP (Stray Kids) - não li a webtoon e nem assisti ao anime, mas tenho total interesse apenas por essa música. Adoro!
  7. Levanter (Stray Kids) - mais uma deles porque o grupo é o meu favorito do momento. Essa é mais antiga, mas é perfeita. Repito: adoro o aspecto mais power e cheio de energia do grupo, mas as baladas e as mais sofredoras são as que me ganham sempre.
  8. Young Hearts (Commuter) - trilha sonora do primeiro Karate Kid, bastante esquecida no rolê e bem subestimada. Uma das minhas músicas favoritas do momento.
  9. Dream Like Me (Crowd Lu, The Black Skirts) - recomendação do Namjoon no Instagram que se transformou instantaneamente em uma música favorita da vida. Essa música é linda - e triste também.

Por fim, ouvi Harry's House. Mas como não ouvi tanto, não tenho muito o que comentar além de que senti que é o álbum mais maduro do Harry até o momento. Minha favorita é Little Freak. Também ouvi tudo que a Taylor Swift lançou esse ano e tô achando que é pouco, quero saber quando vem a próxima regravação ou álbum inédito. Não aguento mais sentir saudades da Taylor.

Outros interesses - sigo bastante interessada em journaling, um dos meus maiores hábitos em 2022. Aceito todas as recomendações do Youtube sobre o assunto e estou sempre procurando listinhas de prompts para quando não estiver me sentindo muito inspirada ou quando sinto a necessidade de mudar um pouco o tom da ~narrativa em dias mais difíceis. Continuo adorando ler e pesquisar e colecionar decks de tarot. Atualmente, estou apaixonada pelo Crystal Visions Tarot. A paleta de cores em tons de roxo, rosa e azul é muito minha vibe, assim como as ilustrações de criaturas do reino das fadas, sereias, dragões, etc. Estou adorando o simbolismo das cartas e também as leituras profundas que elas têm me proporcionado.

É isso! Tô sumida, mas tô bem. Para acompanhar minhas leituras, é só seguir lá no Goodreads. Não tenho lido muito, mas tento manter as coisas atualizadas por lá. Para ouvir as músicas, é só visitar minha playlist feeling 2022 que vou deixar na barra lateral. Quanto às redes, tem o meu Instagram literário, que tá em hiatus, e o Twitter, que às vezes eu lembro que existe e posto alguma coisa. Agora vou ficando por aqui, espero que quem esteja lendo esse post esteja bem também. Até o próximo!

17 de maio de 2022

Sobre manter um journal & dicas para quem quer começar

Falta pouco menos de um mês para entrarmos oficialmente na metade do ano, mas acho que já posso afirmar que 2022 está sendo meu ano de journaling. Não que eu já não venha mantendo o hábito da escrita como forma de registrar meu eu do presente como uma lembrança para o meu eu do futuro há um tempo, mas esse ano está sendo diferente. É como se eu estivesse um pouco mais consciente do que estou fazendo quando me coloco na situação de me transferir para uma folha de papel com o auxílio de uma caneta. Então, pela primeira vez, me sinto confortável para compartilhar algumas dicas com quem me acompanha. Minha intenção é dividir um pouco do que aprendi ao longo dos anos e, ao mesmo tempo, auxiliar quem quer começar a manter um journal e não sabe muito bem por onde começar.


Ao pesquisar a tradução da palavra journaling no Google, a definição que obtemos é diário. Na superfície, acho que faz sentido, mas na minha percepção, journaling é mais que isso. Muito mais do que manter registros dos acontecimentos dos nossos dias, um journal mantém registros da nossa jornada. Pode parecer a mesma coisa, mas não é. Gosto de pensar que há algo de mais profundo e poético na escrita de um journal, é como se usássemos suas páginas para deixar impressões digitais dos nossos sentimentos e reflexões, que muitas vezes surgem a partir dos acontecimentos dos nossos dias. É como uma fotografia na forma de manuscrito.

Existem estudos sobre os benefícios do journaling como uma ferramenta eficaz de autoconhecimento e que pode auxiliar na manutenção da nossa saúde mental e até na prevenção de doenças que afetam a memória. Tenho certeza que essas funcionalidades são realmente eficientes e estaria mentindo se elas também não estivessem por trás das minhas razões para manter um journal, porém vou além: para mim, manter um journal é uma forma de autocuidado e amor próprio. É algo que faço pensando apenas no meu próprio bem-estar emocional e com o intuito de manter equilíbrio mental. Isso ocorre quando desabafo sobre algum desentendimento que tive com alguém, quando escrevo sobre meus medos e anseios em relação ao futuro sempre incerto ou quando registro todas as emoções que me foram proporcionadas por qualquer lançamento da Taylor Swift. Os assuntos são variados e, por eu ser a minha própria editora, decidi que não preciso seguir linha editorial e nem manter um limite de palavras; quanto mais páginas por entrada, melhor!

Grifa-texto para marcar a data, adesivo para decorar as páginas, mudar de caneta no meio do registro porque a tinta está falhando ou a ponta não é macia, escrever em caixa alta para deixar claro que estou gritando, caligrafia feia porque estou cansada ou com muita pressa para colocar meus pensamentos no papel... tudo é válido e parte do processo que é manter um journal. No futuro, o que parecia um defeito era, na verdade, parte da magia que é se registrar em papel. A gente descobre muito sobre si a partir de garranchos, ingressos guardados, fotos de k-pop idols e washi tapes coloridas. É por isso que eu acho que todo mundo tinha que manter um journal. 

Journaling 101


Agora, vamos às dicas para quem quer manter esse hábito, mas não sabe por onde começar.

Seja verdadeiro. Parece óbvio, mas o lembrete é sempre válido. Você está escrevendo para você e é você quem irá ler as páginas no futuro, então não faz muito sentido se censurar, certo? Escreva sobre a sua vida como você realmente a percebe, sem filtros. Não tenha medo de enaltecer algo ou de admitir alguma falha, até porque você é humano e como tal, é complexo. Então, faz sentido que o seu journal reflita isso. 

Escreva regularmente. Essa é uma dica que eu gostaria de ter seguido mais, pois durante alguns períodos eu só escrevia no meu journal em dias ruins, como desabafo. Agora, sempre que releio aquelas páginas, fico com a sensação de que minha vida foi só uma sequência de tragédias. Por isso, tente escrever com regularidade, nos dias bons e ruins. Até aqueles dias em que nada parece ter acontecido merecem algum destaque, já que eles também fazem parte do todo que é a sua vida. 

Escolha materiais de que goste. Para começar a manter um journal, não é necessário muito mais que um caderno e uma caneta; justamente por isso, escolha aquilo que você gosta. O seu journal tem que ser atraente para que você se sinta motivado à escrever nele, ou seja, uma caneta confortável, um papel de boa gramatura e uma capa bonita valem ouro e fazem toda a diferença. Antes de começar, faça uma pesquisa na internet e opte por aquilo que faz mais sentido para você. Ah, e se permita ir descobrindo as suas preferências aos poucos. Dificilmente o seu primeiro caderno será o journal perfeito, até porque isso nem existe; então, veja o que funciona e o que deu errado e tente acertar no próximo. Acredite, você vai adorar o processo.

Faça um índice e enumere as páginas. Pode dar preguiça, mas faz muita diferença no momento em que você quer se lembrar de alguma ocasião ou sentimento. Antes de começar a escrever o journal, enumere as páginas e deixe a primeira página em branco para o índice, que você pode preencher aos poucos ou após concluir o caderno. Só depois de quatro cadernos é que adotei esse hábito, não sejam como eu.

Decore as páginas. Não é todo mundo que vai se interessar por essa dica, mas achei interessante colocar aqui porque me ajudou quando estava em uma fase em que precisava escrever, mas não encontrava ânimo para fazer isso. Decorar as páginas é um jeito de deixar o journal menos intimidador, já que isso pode aliviar a pressão imposta pela página em branco; também pode funcionar como uma forma de deixar o caderno mais atraente em períodos de desmotivação. Para aqueles que lidam com ansiedade, a atividade pode ser terapêutica. Não tem problema se você não é um Artista, pois todo mundo é artista da própria vida e do próprio journal, então faça o que quiser com as páginas do seu caderno. Eu costumo usar grifa-texto, washi tapes, adesivos, recortes e fotos. Tudo é válido, deixe a sua criatividade te conduzir.

Use prompts (comandos). A internet está cheia de listas de prompts que podem ajudar quem é iniciante e não sabe sobre o que escrever ou até os mais experientes que passam por uma fase de bloqueio. Você pode imprimir essas listas e colar no seu journal ou fazer a sua própria lista em uma das primeiras páginas para quando sentir vontade de escrever, mas estiver sem inspiração. Em todo caso, aqui vão alguns que acho que podem ser úteis para quem quer começar o seu primeiro journal e precisa de um incentivo:

  • Se apresente. Fale um pouco sobre você, qual é a sua história até agora, como você se enxerga.
  • Por que você quer manter um journal? Você pode discorrer sobre isso ou fazer uma lista dos motivos.
  • Faça um resumo da sua vida no momento e como você está se sentindo
  • Favoritos! Livros, filmes, séries, músicas, etc. Podem ser da vida toda ou só de agora. Fale do porquê de serem os seus favoritos. Falar das coisas que a gente gosta é uma ótima forma de desbloquear algumas travas.
  • Registre um fato sobre o seu dia. Pode ser o mais aleatório e banal, vai ser divertido reler no futuro.

Se permita não escrever. Minha última dica do post e uma das mais importantes. Journaling é para ser uma atividade positiva e que nos faça bem, então não tem porque complicar, certo? Se você não estiver sentindo vontade de escrever, não escreva e não se sinta culpado por isso. Acho essa uma dica valiosa principalmente pelos tempos em que vivemos, em que se exige produtividade o tempo todo, excelência em tudo, além de uma cobrança desumana . O mundo e a sociedade já colocam pesos demais nas nossas costas, a última coisa que precisamos é que mais pesos sejam adicionados por nós mesmos. Se a vontade de escrever sumir, seja gentil com você mesmo e não se preocupe, uma hora ela volta. Aproveite o seu tempo com outras atividades.

15 de abril de 2022

FAVORITOS DE 2022: JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO | REVIEW DO 1º TRIMESTRE




Filmes

Jovens Bruxas (The Craft, 1996): um dos meus favoritos quando eu era adolescente, adorava quando passava na TNT! Continua tão legal quanto sempre foi. Sei que recentemente saiu um remake (?), mas não sei se tenho coragem de assistir; não ouvi nada sobre o filme - nem coisas boas e nem coisas ruins, acho suspeito.

A Mentira (Easy A, 2010): esse era provavelmente um dos filmes há mais tempo na minha lista para assistir, talvez desde que saiu. Finalmente o dia chegou e eu adorei, me diverti muito e me fez lembrar do porquê de eu gostar tanto de assistir comédias românticas.

Séries

Vincenzo (2021): depois que comecei a me aventurar pelas terras do k-pop, era só uma questão de tempo até chegar aos k-dramas. Mesmo demorando duzentos anos para concluir temporadas de qualquer coisa atualmente, tenho gostado da aventura. Esse aqui é o terceiro k-drama que conheci e, como aconteceu com os outros dois (Rei Eterno e Romance is a Bonus Book), estou adorando. Ainda preciso terminar, mas sei que não vou me decepcionar.

Lucifer (2016 - 2021): queria assistir Lucifer desde a estreia, mas só agora comecei e acho que foi melhor assim. A série está preenchendo o vazio deixado por Supernatural e também despertando uma nostalgia por séries tipo Buffy e Angel. É bem legal.



Podcasts

Books Unbound - adoro acompanhar as aventuras literárias da Ariel e da Raeleen desde os tempos do início do Booktube e esse podcast é aquela companhia delicinha para os momentos leves da vida. Por causa delas, estou sempre adicionando livros na eterna lista 'para ler'.

Modus Operandi - a melhor companhia para atividades entediantes e manuais, tipo fazer faxina ou passar roupa. Adoro a forma como Carol e Mabê falam de true crime e essa é provavelmente a única razão para eu conseguir acompanhar os episódios.

The Biddy Tarot Podcast - podcast sobre tarot, gosto das dicas da Bridget e dos convidados, que sempre têm algo para ensinar. Outro ponto positivo é o sotaque australiano dela, adoro ouvir.

Youtube: 

cari cakez & cari can read
Cari se tornou uma das minhas youtubers preferidas há dois anos e desde então ela sempre entra nas minhas listas de favoritos. Seus vídeos têm exatamente o tipo de leveza que eu procuro quando entro na internet e são um exemplo real das razões que ainda me fazem encontrar algum valor em redes sociais.

Overall Adventures
Quando a Tina resolveu voltar com o seu canal, eu fiquei bem feliz! Amo a forma como ela fala de journaling e sempre que fico meio sem inspiração, assisto aos vídeos dela. Nesses últimos meses, adorei todos os vídeos que ela publicou.



Álbuns e artistas

evermore (Taylor Swift, 2020) - demorei um ano para apreciar o evermore de verdade e ainda bem que fiz isso, pois assim como aconteceu com seu irmão mais velho, folklore, pude degustar dele aos poucos, absorvendo tudo. Taylor Swift não se cansa de receber sempre a minha admiração. Faixas favoritas: todas, mas principalmente willow, ivy e no body, no crime.


Solar Power (Lorde, 2021) - precisei esperar o verão chegar aqui no Brasil para realmente parar para ouvir Solar Power e a minha única tristeza foi não poder ter essa experiência contemplando o mar. De resto, esse álbum é perfeito e o meu favorito da Lorde. Digo sem nem precisar pensar duas vezes que ele é melhor que o Melodrama. Faixas favoritas: Fallen Fruit, Mood Ring e The Path.

 

The Chaos Chapter: Fight or Escape (Tomorrow X Together, 2021) - desde o debut, em 2019, o TXT deixou claro que veio para ser algo muito além de o irmãozinho do BTS e se alguém ainda tinha alguma dúvida, acho que 2021 acabou com elas. Os cinco integrantes, além de jovens muito talentosos e dedicados, parecem determinados a jamais conhecerem o fracasso. E eles são bem sucedidos nisso. Gosto de tudo na discografia deles, mas algo me diz que The Chaos Chapter será a minha era favorita. Adorei a vibe emo que eles trouxeram, me deixou nostálgica. Faixas favoritas: LO$ER = LO♡ER, Dear Sputnik e Anti-Romantic.

 


MVs de k-pop

A indústria do k-pop é uma máquina que nunca para e, apesar de eu ser bem indisciplinada e não dar conta de acompanhar nenhum lançamento direito, dois grupos ganharam o meu coração com seus vídeos lançados nos últimos meses:

Blessed - Cursed (ENHYPEN, 2022) - eu morro de orgulho desse grupo que acompanhei desde antes do debut e ver onde esses meninos chegaram em pouco mais de um ano é lindo demais. Adoro todos os vídeos deles e com esse não seria diferente; amei a estética futurista retrô da virada do milênio.

 

Maniac (Stray Kids, 2022) - os vídeos do Stray Kids nesse conceito mais power são sempre uma experiência e termino de assistir só sabendo sentir mesmo. Acho que aqui todos os envolvidos na produção estão de parabéns e os pontos altos são a edição, os figurinos e a performance do grupo como um todo. Esse é um grupo que é pura energia, sabem? Adoro. Ah, e se me perguntarem, direi que o dono da era é o Felix.

 

Lonely St. (Stray Kids, 2022) - os vídeos power podem até ser aqueles mais impactantes, mas quando o grupo explora outros conceitos não deixa nada à desejar. E eu confesso que para mim o grande charme deles está nos momentos em que suas músicas refletem toda a ideia de ser um stray kid. Meu eu adolescente se viu muito contemplado ao assistir esse vídeo e senti no coração o sofrimento do Hyunjin trancado como um objeto de exposição.

28 de março de 2022

journaling - morning pages

Estamos caminhando para o fim do primeiro trimestre do ano e eu não faço ideia do que ele representou para mim. Foram meses muito estranhos. Há uma certa retomada de normalidade, ainda que não esteja tudo normal. Mas é aquilo: life goes on...

Então a gente busca se ajustar e tenta seguir na medida do possível. Para mim, acho que o mais importante desses primeiros meses foi poder voltar a enxergar a possibilidade de fazer planos e, com isso, conseguir visualizar um futuro diferente do presente. É um futuro meio incerto, mas não foi assim sempre?

Ontem resolvi voltar para o Twitter. Retomei o meu antigo username. À princípio, é só para eu ter um lugar para compartilhar links de coisas que gosto ou postei na internet. Não acho que saiba mais usar a rede como antigamente e nem sei se quero saber. Na verdade, sei sim! Não quero! Hoje a minha saúde mental é algo que eu valorizo muito mais e me afastar ao máximo da toxicidade daquele espaço e sua bolha é algo que importa para mim. É necessário silenciar os ruídos para que se possa ouvir a própria voz.

Então é isso; o Twitter é só para eu ter um espaço de compartilhamento. Ainda não faço ideia de como farei a minha voz ter algum alcance por lá. Pensando bem, também não sei dizer se quero um alcance. Só quero um espaço para falar quando sentir vontade. E, quem sabe, conversar com pessoas que pensem igual. Pode ser que eu use mais do que eventuais compartilhamentos de links. Mas, sinceramente, não sei como será. É uma experiência. Se for ruim, posso sempre excluir novamente.

Começo a perceber enquanto escrevo essas palavras que voltar ao site com um perfil pessoal é quase como meu jeito de dizer que estou pronta para voltar à vida depois da pandemia. Depois dos meus anos perdidos. Ontem li um texto ótimo da Maki no blog Desancorando em que ela fala justamente dos Anos Perdidos e como praticamente todo mundo passa por essa fase na vida. E isso não quer dizer que você precise ser definido por eles; são só um capítulo em uma história bem maior e complexa.

Eu ainda não sei o que os meus anos perdidos representaram e nem quais lições eles me ensinaram, mas estou pronta para deixá-los e seguir em frente. Hoje começo a valorizar a paciência e tenho aprendido a exercê-la. Uma hora tudo vai se encaixar e eu vou entender o que agora ainda está confuso, vou processar as lições que já assimilei de forma inconsciente e vou passar por aquele momento em que tudo faz sentido e balanço a cabeça sorrindo para mim e digo "ah, então era isso que o universo estava querendo me ensinar!". Esse momento vai chegar e eu estou pronta para ele. Mal posso esperar!

25 de janeiro de 2022

Sobre Tarot, novos interesses e meus decks favoritos em 2021

Em 2021 eu virei mística. Na verdade, acho que sempre fui e só agora é que aceitei essa realidade. Junto com essa constatação, veio também a vontade de colocar em prática algo que queria fazer há alguns anos, mas sempre acabava deixando de lado por algum motivo qualquer: aprender a ler o Tarot. Entrar em mais um ano de isolamento social, sem saber quando uma vacina iria chegar e, de forma geral, sem me sentir confortável para planejar qualquer coisa além de me manter viva e saudável e fazer a minha parte para garantir o mesmo para outras pessoas, se mostrou o cenário perfeito para me dedicar à atividade. Mais do que nunca, em 2021 eu precisei encontrar mais formas de escapar da realidade para manter alguma sanidade e o Tarot se revelou uma ótima ferramenta - tanto de uma perspectiva mais psicológica e terapêutica, quanto por um viés mais espiritual. Mais do que qualquer coisa, aprender sobre Tarot me trouxe paz em tempos de caos e eu sou muito grata por isso.

Assim, empenhada em me dedicar ao aprendizado, decidi que me daria um deck de presente de aniversário. Eu já tinha um Tarot de Marselha adquirido alguns anos atrás, mas depois de algumas tentativas frustradas de me conectar com aquelas imagens, desisti e resolvi investir em outras cartas. Depois de uns dias de pesquisa pela internet, lendo reviews e assistindo vídeos no Youtube, encontrei o deck que fazia meus olhos brilharem e assim começou de verdade a minha relação com o Tarot. Minha irmã me disse que encontrar decks de Tarot é que nem descobrir o bias de um grupo de k-pop:  não é a gente que escolhe, eles que nos chamam. Quando o Mystic Faerie Tarot me chamou, só me restou atender ao chamado.

Desde então, comecei a pesquisar mais sobre o assunto em livros e sites na internet, além de acompanhar a comunidade online no Youtube - principalmente a gringa, com gente de tudo quanto é canto do mundo. Aos poucos, comecei a fazer minhas próprias tiragens e a atividade vem se revelando uma ótima forma de acessar o inconsciente e obter autoconhecimento. Junto com a terapia e a escrita, o Tarot tem sido de grande auxílio na manutenção da minha saúde mental - principalmente quando precisei pausar a terapia.

Sempre que encontro uma nova paixão, fico querendo mais. Foi assim com livros, com maquiagem, com caderninhos, com camisetas e, claro, tem sido assim com decks de Tarot. Com poucas opções de lazer em uma realidade de isolamento social, optei por ser indulgente comigo e me permiti uma quantidade considerável de decks para uma novata. Alguns já viraram bons amigos, outros ainda preciso conhecer um pouco melhor e tem aqueles que sei que vão esperar um pouquinho porque preciso ganhar mais experiência. Em todo caso, gosto da ideia de ter uma pequena coleção particular ao meu alcance sempre que eu precisar. Tenho pensado nos meus decks da mesma forma que penso nos meus livros: investimentos em mim e promessas para o futuro.

***

Enquanto sigo aprendendo, pensei que seria legal manter um registro dos meus decks favoritos ao longo dos anos. Em 2021, foram cinco os decks que mais me marcaram e contribuíram para o meu aprendizado. Vou falar um pouco sobre eles nessa segunda parte do post.

Mystic Faerie Tarot (Tarô Místico das Fadas, Barbara Moore & Linda Ravenscroft)

Meu primeiro deck de verdade e que considero minha real introdução ao Tarot. O que mais me atraiu para esse deck foi a forma lúdica que Barbara Moore utilizou para apresentar os arcanos. Apesar de seguir o sistema Rider Waite Smith, aqui somos convidados à entrar em um jardim habitado por fadas e cada naipe tem a sua própria história, ou melhor, seu próprio conto de fadas. As belas ilustrações de Linda Ravenscroft dão vida às cartas, além de esconderem (acho) alguns simbolismos  relacionados à mitologia de fadas e ao paganismo. Ainda quero estudar melhor esse deck e me aprofundar mais nos detalhes. Por trazer uma estrutura própria e por eu ainda estar começando a estudar Tarot quando o adquiri, sinto que perdi algumas coisas e um reencontro deverá revelar muitas novas surpresas. Aqui no Brasil, esse deck foi lançado pela editora Ísis com o título Tarô Místico das Fadas.

Llewellyn's Classic Tarot (Barbara Moore & Eugene Smith)

Adquiri esse deck no kit Tarot Made EasyYour Tarot, Your Way e confesso que só o fiz porque tinha interesse no livro escrito por Barbara Moore. Depois de meses me virando apenas com guidebooks de decks e informações da internet, senti a necessidade de procurar um livro de introdução ao Tarot e de todas as opções, essa me pareceu a mais favorável. Assim, imaginei que usaria o deck apenas para estudos, mas logo percebi que estava enganada. Acho que dá para dizer que esse deck é o que os gringos chamam de um clone do Rider Waite Smith, mas eu não enxergo isso como demérito. O trabalho de Eugene Smith com as ilustrações é, a meu ver, uma modernização da arte tradicional de Pamela Colman Smith com o intuito de tornar o Tarot algo mais atraente para iniciantes. As cores vibrantes e o movimento das ilustrações me lembra os desenhos animados que eu gostava de assistir quando era criança e, justamente por isso, não demorei para me conectar com as cartas. Há algo de familiar, nostálgico, seguro e, ao mesmo tempo, bastante direto na forma como esse deck se comunica com o leitor. Gostei tanto dele que adquiri uma versão mini para carregar na bolsa e levar em viagens.

Infelizmente, não existe uma versão traduzida para o português, mas a versão que eu comprei pode ser encontrada facilmente na Amazon e entra sempre em promoção. Existe também uma versão chamada Llewellyn's Classic Tarot em uma caixa amarela, mas ela está sempre bem mais cara e é vendida apenas por vendedores internacionais no Amazon Market Place.

Mystical Manga Tarot (Barbara Moore & Rann)

Esse deck se tornou um sonho de consumo assim que soube de sua existência e eu fiquei muito feliz quando ele voltou ao estoque da Amazon e eu pude adquiri-lo. Ele segue o sistema RWS, que funciona apenas como uma base para que o ilustrador e a autora acrescentem detalhes e interpretações próprias. A arte segue o estilo de mangá e as cartas são cheias de detalhes que vão revelando seus significados aos poucos. O livro que o acompanha, de autoria de Barbara Moore (!), é um dos que mais gostei, pois traz informações sobre o deck, mas também faz um apanhado geral sobre a história do Tarot e a jornada do Louco e apresenta algumas ideias de tiragens que gostei bastante. Conforme fui usando, percebi que esse é um deck bem profundo também - pelo menos foi essa a experiência que tive com ele -, como se ele tivesse camadas além da primeira impressão. Senti também um aspecto de sombra em algumas cartas que achei bem interessante. Depois de um mês usando apenas ele, precisei parar um pouco porque senti que algumas imagens estavam me perturbando um pouco. Claro que isso pode ser só meu inconsciente projetando alguma coisa, mas acho que há algo de intencionalmente incômodo na arte e adorei isso. 

A única desvantagem desse deck é que as cartas são bem finas e com poucos dias de uso já começaram a ficar com desgastes notáveis. Se eu soubesse disso, provavelmente não teria comprado, pois pelo preço pago esperava algo melhor. Espero que uma nova impressão traga cartas mais resistentes. Infelizmente, esse deck também não tem uma versão brasileira, mas a versão importada pode ser encontrada facilmente na Amazon. O preço costuma variar, então vale a pena ficar atento.

Radiant Wise Spirit Tarot

Não demorou muito para eu perceber que para avançar nos estudos eu iria precisar de um Rider Waite Smith e a versão Radiant Wise Spirit logo despertou o meu interesse. A ausência das bordas originais e a modificação das cores fez algo de muito mágico com as ilustrações de Pamela Colman Smith. Não sei explicar muito bem, mas é como se as imagens se tornassem mais visíveis. O deck não é perfeito, algumas das ilustrações ficam notavelmente saturadas e digitalmente recortadas com um olhar mais atento, mas esse é um detalhe que eu consigo ignorar pois acho as cartas lindas. O verso é um dos meus favoritos e as cores fazem meus olhos brilharem. Esse é um deck que eu sinto que sempre será um preferido. Um dos aspectos que mais gosto no RWS, não importa a versão, é que uma vez que a gente começa a amar, a gente sabe que sempre vai voltar para ele. Então eu sei que todo ano irei ler com essa belezinha. 

O Radiant Wise Spirit Tarot foi lançado pela editora italiana Lo Scarabeo, que costuma lançar seus decks com um livreto em quatro idiomas e uma das línguas no livreto desse deck é o português! O deck também está sempre em estoque na Amazon, mas os preços ficam sempre variando. Então, vale a pena ficar atento para não pagar mais caro.


Everyday Witch Tarot (Diário de uma Bruxa, Deborah Blake & Elisabeth Alba)

Meu deck favorito! Lembro que quando comecei a usar esse deck, não precisei fazer esforço algum para compreender as mensagens das tiragens e foi assim que entendi o que as pessoas queriam dizer com ler intuitivamente. As ilustrações dessas cartas são, além de muito bonitas e divertidas, bastante claras e diretas. Pelo menos para mim. Adoro a temática de bruxinhas e o aspecto meio caricato de desenho animado que mexe com o meu imaginário. É um ótimo deck para o dia a dia, mas isso não quer dizer que ele não seja profundo, pois ele já me deu uns tapas na cara também. Me disse umas verdades, sabem? É um deck bem versátil, que se adapta facilmente às necessidades do leitor. E eu adoro que todas as cartas trazem um gatinho às vezes em situações mirabolantes, às vezes apenas companheiro. Gosto tanto desse deck que também comprei uma versão mini para carregar comigo para onde eu for. E na ocasião de fim do mundo em que eu só poderia salvar um deck, ele seria a minha escolha. Esse é o tamanho do meu amor por esse deck.

Essa belezinha tem sim uma versão brasileira que foi lançada pela editora Ísis e se chama Diário de uma Bruxa. A qualidade das cartas é ótima e é bem fácil de achar na Amazon e também em lojas no Mercado Livre e na Shopee.

21 de janeiro de 2022

Sobre novos inícios • Um blog sobre leituras & outras coisas


Resolvi mudar o nome do blog e essa mudança parte da minha vontade de ter um espaço na internet para falar das coisas que eu gosto sempre que eu sentir vontade. Passei meses debatendo comigo sobre qual seria a melhor maneira de fazer isso e cheguei até a criar um novo blog em que escrevi o primeiro post mais ou menos um mês atrás, apenas para desistir da ideia poucos dias depois. O problema não estava exatamente no post ou na ideia, mas na forma como eu estava fazendo tudo.

Já faz uns anos que eu venho reduzindo aos poucos a minha presença online para um nível que considero saudável e acho que atingi esse objetivo em 2021. Justamente por isso, achei bastante contraditório criar mais um blog, de forma que me pareceu muito mais viável apenas reformular aquilo que eu já tinha. E foi por isso que resolvi mudar o nome do blog e, com essa mudança, abrir espaço para falar de outras coisas. Não me lembro mais se o blog já chegou a ter esse nome, MichasBorges, mas a url é sim um retorno. Sinceramente, não sei se gosto do nome, mas como me faltou a criatividade e me sobrou a preguiça para pensar em algo diferente, resolvi deixar assim. Escrevi tudo junto só pela aesthetic mesmo. Em todo caso, como já faz mais de uma década que Michas é meu nome na internet - e até fora dela em algumas situações -, que fique assim. Se em algum momento eu conseguir pensar em algo diferente, eu aviso vocês.

Como a minha ideia é usar o espaço para falar das coisas que eu gosto, pouca coisa deve mudar em relação ao que já aparecia por aqui, pois pretendo continuar compartilhando as minhas leituras. A principal diferença é que agora me sinto mais livre para falar de outros interesses. Parece bobagem, mas uma mudança simples assim faz todo o sentido na minha cabeça. Para marcar esse novo início, decidi fazer algumas pequenas alterações no layout: uma nova cor de fundo (esse azul combina com a capa do meu journal atual, tá muito a minha vibe no momento), uma fonte diferente para os títulos, uns detalhes com girassóis, etc. Ainda devo acrescentar mais algumas coisas, talvez importar alguns textos de outras fases da minha existência online, mas estou satisfeita por enquanto.

Sobre as atualizações, devo seguir mais ou menos como tenho feito nos últimos anos. Aparecerei por aqui sempre que tiver algo para dizer e não mais do que isso. Quando a gente aprende a seguir o próprio ritmo, fica difícil se adaptar ao ritmo do algoritmo. E tá tudo bem, gosto de como as coisas estão. 😊

Ah, sim. Como eu fui completamente afobada e comecei a postar metas e retrospectivas antes de qualquer outra coisa, me permitam desejar um feliz ano novo para vocês com vinte e um dias de atraso: feliz ano novo! Que 2022 seja um ano melhor para todos nós! 😀💓 

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PS: Uma rápida pesquisa no histórico de posts arquivados me revelou a informação esquecida de que o blog já teve esse nome sim, em 2015, durante um breve período de transição bastante semelhante ao atual. 😉